quinta-feira, julho 31, 2003















O Turista vai a banhos

Pois é! Chegou a altura do Turista tirar as suas férias. A partir de 6ª feira a colocação de posts será feita com a regularidade própria de quem está de férias, ou seja, quando calhar, quando houver disposição, ou simplesmente quando tiver saudades de blogar.
Até logo.

terça-feira, julho 29, 2003

Paixão pelo azul

Muitos amigos me perguntaram, Filipa porque é que não pões um post a contar os teus mergulhos, nem que seja só um, que te tenha marcado muito.
E eu penso, mas como é que eu escolheria de entre tantos e tão bons para constar no blog. E ponho-me a viajar no tempo e revivo todos aqueles mergulhos que me marcaram e ... oh meus Deus, foram tantos, como é que vocês me pedem uma tarefa tão difícil, respondo.
Claro que podia falar-vos daquele mergulho no ilhéu das Formigas, quando tive contacto pela primeira vez com a imensidão do azul profundo dos Açores..., mas seria justo escolher esse? É que também podia ser o mergulho de fim de tarde no Mar de Bismarck, na Papua Nova Guiné, quando vi pela primeira vez um tubarão que me deixou tão estática, como fascinada. Mas logo penso, esse não, Filipa, não suplantou os mergulhos do Mar Vermelho, que me silenciaram por tanto tempo, por não conseguir articular as palavras que descreviam tanta beleza.
Mas também não seria despropositado escolher o mergulho nocturno na Jamaica, que me deu a conhecer o mundo submerso à luz de uma simples lanterna e, caramba, como esse mundo nocturno é diferente daquele que vimos de dia. Ou talvez fosse preferível falar das jamantas gigantes de Bora Bora que dançavam em ‘looping’ para filtrar o planctôn.
Mas também penso se deveria contar o mais negro mergulho de todos eles, num fim de tarde na Graciosa que acabou por me atirar para uma câmara de descompressão por mais de 14 horas. Mas esse, Filipa, vai assustar quem ler isto, dizem vocês, com medo que se transmita uma ideia errada e eu, provavelmente não serei capaz de dizer que só cresci como mergulhadora porque vivi esse acidente e que o meu amor pelo mar só cresceu, assim como o meu respeito.
Talvez por isso não vos consiga eleger um mergulho para vos descrever, porque a paixão pelo azul do mar não se descreve. Só se pode viver.

Info Praias

Para podermos saber todas as informações sobre as praias portuguesas, basta fazer click aqui.

segunda-feira, julho 28, 2003

Uma curta visão das coisas

A Visão da semana passada tinha um extenso guia do Portugal selvagem. Chega a informar ao pormenor como encontrar o caminho para as últimas praias sem marcas na areia.
Aposto que para o ano, por volta de Junho, irão publicar um vasto artigo em que relatam como os últimos redutos selvagens portugueses foram selvaticamente destruídos por massas de veraneantes, sem pudor ou respeito por tanta beleza!
Há coisas que deviam ser deixadas como estão.

domingo, julho 27, 2003

Guggenheim













museus que, por ironia, tornam a arte redundante.
Nada brilha perto de tamanha beleza.

P.S.: Para a estadia em Bilbao, recomenda-se o Miró Hotel

sexta-feira, julho 25, 2003

Quiz II

Descobri a resposta.
Senão vejamos item a item:
- Tempo: a média da temperatura em Dezembro é de 27ºC;
- A OMS nunca ouviu falar da ilha Mustique no arquipélago das Grenadines, por isso se os viajantes foram verificar a lista dos locais perigosos de contagio de pneumonia atípica, jamais a encontrarão;
- Os terroristas não se dedicam a ilhas com populações ínfimas. O impacto na comunicação social é reduzido;
- Há voos directos de N.Y.
- O Hotel só tem 15 suite e 5 quartos, o que dá 40 pessoas. Retirando os 4 viajantes portugueses, restam 36. Mesmo que sejam todos americanos, seria demasiado infortúnio serem todos da qualidade descrita.
Quanto a praias, palavras para quê!














quinta-feira, julho 24, 2003

Quiz

Isto de ter um blog de viagens tem muito que se lhe diga!
Hoje pediram-me para averiguar destinos para umas férias em Dezembro de praia / areia branca /mar turquesa, onde não haja riscos de:
· Mau tempo;
· Pneumonia atípica;
· Atentados terroristas nas proximidades no último ano;
· Convulsões político-sociais no país;
· A menos de 12 horas de voo;
· Hotel de qualidade sem hordas de americanos a beber tequilla à beira da piscina, vestidos com camisas havaianas e sandálias com meias.

Aqui está um verdadeiro desafio!

P.S.: Se não enviar nenhum post nos próximos dias é porque estou à procura do tal lugar.
Se deixar de aparecer por mais de 2 semanas é porque fui eu mesma para esse destino.

Com água na boca

Tenho saudades de ir a Sintra comer um travesseiro na Piriquita!

quarta-feira, julho 23, 2003

Bons Ventos

O Blog Um pouco mais de Sul incluiu o Turista na sua lista de blogs.
Também o Jorge (das Candeias às avessas), nos incluiu nos blogs dos amigos. Ambos estão no Algarve.
É caso para dizer: bons ventos sopram do Sul.
Obrigado.

Saudades do azul

Contributos: procuram-se!

Falei com um grande amigo, companheiro de viagem, que me disse que o blog necessitava de histórias de viajantes, contadas na primeira pessoa.
Concordo plenamente.
Desafiei-o imediatamente a enviar as suas excelentes notas de viagem para o mail do Turista.
Faço o mesmo convite (desafio) ao leitores do Turista Acidental.
Fico à espera de histórias, peripécias ou simples relatos de andanças. Por cá e por esse mundo fora.

terça-feira, julho 22, 2003

Amansara


Os Aman Resorts são conhecidos no mundo inteiro pela sua distinção.
Hotéis de um bom gosto ímpar, buscam na arquitectura e mobiliário local o ponto de partida para os seus espaços.
Fortemente enraizados no Oriente, acabam de abrir um resort no Camboja, tendo aproveitado a casa onde o Rei Sihanouk recebia os seus convidados.
À falta de oportunidades de ir ao Camboja, vale a pena uma visita detalhada ao site.

segunda-feira, julho 21, 2003

Entretanto

O Bar Entretanto no Hotel Lisboa Regency Chiado é um convite a uma pausa merecida.
Se é Lisboeta, saia mais cedo do trabalho e aproveite os dias longos, para poder apreciar a deslumbrante vista de Lisboa, enquanto saboreia a sua bebida preferida.
Se está de visita e vai fazer a inevitável volta pela Baixa Lisboeta, pode ir comer um almoço leve, enquanto aprecia uma das melhores vistas sobre o Tejo.
A decoração é bonita, o serviço é atencioso, o ambiente é calmo e a vista deslumbrante.
Rua Nova Do Almada, 114 - Tel: +351 21 325 61 00

America's Cup

O Expresso deste fim de semana, em notícia de primeira página, dava a candidatura de Portugal à 32ª America's Cup em 2007, entre as 3 favoritas.
Por tudo o que isso representa em termos desportivos e financeiros, fazemos votos para que a competição seja ganha por Portugal.

sábado, julho 19, 2003

Vamos zarpar


Se, como se diz, existe um pouco de marinheiro em cada Português, nada melhor que demonstrar essa verdade e assistir ao vivo, a uma competição de vela.
Toda a perícia e arrojo dos antigos navegantes aplica-se hoje aos grandes velejadores que participam nas principais regatas do calendário internacional, por vezes em latitudes e mares quase impensáveis.
Se o evento mais popular é, sem dúvida, a America’s Cup, este ano trazida para a Europa pelos suiços do Alinghi, a competição que propomos, aqui tão perto, é um excelente motivo para despertar ou alimentar a sua paixão pelo mar:
A XXI Copa del Rey, Palma de Maiorca, 25 de Julho a 3 de Agosto

A Exit tem programas de 8 dias a partir de 361 €.

sexta-feira, julho 18, 2003

Para não perder o Norte

Na Visão da semana passada li um artigo sobre viagens de carro.
As vantagens são sobejamente conhecidas, por isso decidi falar, não das virtudes destas viagens, mas sim, de uma ferramenta fundamental para as fazer _ os mapas.
Perdermo-nos ‘in the middle of nowhere’ pode estragar umas boas férias. Daí a necessidade de nos prepararmos para encetar uma aventura ao volante do nosso carro.
Quem quer viajar de carro deve munir-se de bons mapas.
Para além dos mapas tradicionais em papel (tão fácilmente desdobráveis e tão díficeis de voltar a dobrar!) existe ainda uma excelente ferramenta de programação - o site da Michelin.
O site oferece diversos serviços, tais como programar um trajecto, oferecendo diversas alternativas (trajecto proposto, trajecto mais rápido, trajecto sem portagens, etc) mapas, informações sobre hoteis, restaurantes, metereologia, etc.
Tudo isto com a qualidade a que a Michelin sempre nos habituou.

quinta-feira, julho 17, 2003

Abriu hoje o Festival de Vilar de Mouros

A música e animação estão de volta à pequena localidade de Vilar de Mouros, onde desde 1971 se tem vindo a fazer a festa.
Para os amantes do evento, aqui fica o programa:

Dia 17, 5ª Feira
Dj Kitten

Dia 18, 6ª Feira
Guano Apes, Him, Sepultura, Planet Hemp

Dia 19, Sábado
David Fonseca, Rufus Waineright, Blasted Mechanism, Los Planetas e Lenine

Dia 20, Domingo
Public Enemy, Tricky, The Waillers, Tomahawk e Melvins

Preços:
30 euros - 1 dia
40 euros - 4 dias
50 euros - 4 dias mais transporte (com partidas de Lisboa e Porto)
Desconto de 2,50 euros para portadores de cartão jovem

Venda de bilhetes:

Lojas Fnac ; Ticketline; www.plateia.pt; ABEP - Alvalade; C.C.Atlântico ;SAMUI VIDEO; Papelaria Gomes - Caminha; Junta de Freguesia de Vilar de Mouros; Lojas Star Turismo; Postos de turismo do Alto Minho; Movijovem e Pousadas da Juventude

Warhol em Las Vegas

Para quem tem agendada uma viagem aos Estados Unidos, com paragem em Las Vegas, não pode perder a exposição de Andy Warhol.
Deixe o vício do jogo por um momento e vá à galeria do Hotel Bellagio.
É lá que se encontra esta exposição de Warhol, dedicada exclusivamente aos retratos de celebridades (estão expostos mais de 50).
Até 1 de Setembro.

O Primeiro contributo

Acaba de chegar ao mail do turista o primeiro testemunho de viagens. Vale a pena seguir a dica, pois é dada por uma inveterada e profissional viajante!

"A propósito de Africa e de miragens – e pondo de lado a preocupação imediata e inata a estas situações de instabilidade no continente vizinho – partilho com o Turista Acidental um local de sonho e um conceito muito interessante: a pequena Chumbe Island e os seus eco-bungalows.
Ao largo de Zanzibar, na Tanzânia, é um local de sonho.
Há ano e meio estava limitada a cerca de meia dúzia de eco- bungalows e a uma casa principal.
Não se faz mais nada a não ser desfrutar em pleno a natureza, quer nos poucos kms de terra, quer no mar que envolve a ilha.
As eco-cabanas e o seu conceito de que a natureza tudo nos dá se a soubermos respeitar, faz-nos desejar mudar absolutamente tudo nas nossas casas.
Situada numa área marítima protegida – o snorkeling é fantástico – tomamos conhecimento de conceitos como eco-arquitectura, eco-tecnologia e eco-toilets! A água das chuvas que é sempre aproveitada; a energia solar que garante os aquecimentos; os “fertilizantes” humanos; ou os sistemas naturais de ar condicionado...realidades bem promovidas neste pedaço de terra.
Os passeios pela pequena ilha são sempre uma descoberta, as bebidas de final de tarde avassaladoramente reconfortantes, as noites estreladas inesquecíveis.
Uma visita ao site chumbeisland
pode dar-nos o enquadramento geral (um pouco deficitário...) deste projecto – e dos prémios que já ganhou – mas uma visita ao local dar-nos-á sempre a recordação da magia do local.
Seguramente a visitar por quem goste de...variar!"
kk

quarta-feira, julho 16, 2003

"Não há mortos nem feridos"

“São Tomé: revoltosos anunciam criação de Junta Militar de Salvação Nacional”

Acabei de ler no Última Hora do Público a tentativa de Golpe de Estado em São Tomé e Príncipe.

Entristece-me ver como em África, a estabilidade é uma miragem.


terça-feira, julho 15, 2003

Don't cry for me...

Num post anterior sobre a programação de viagens, falo no prazer de se planear uma viagem. Muitas ficam por fazer, mas a esperança de um dia as realizar permanece.
Foi o que se passou com uma viagem à Argentina.
Organizada por amigos, viajantes inveterados, para mim não passou de um sonho adiado (ainda estou à espera de um mail a relatar essa experiência!).
E eis que me aparece um artigo do Miguel Sousa Tavares, publicado no Público de 4 de Julho, que nos revela o seu deslumbramento por Buenos Aires.
E não pude deixar de dizer a todos os que querem conhecer Buenos Aires – este artigo é de leitura obrigatória.

Uma Cidade
Por MIGUEL SOUSA TAVARES

Sexta-feira, 04 de Julho de 2003

"Deixem que hoje vos fale de uma cidade - afinal o berço onde todas as políticas começaram e devem ser avaliadas no concreto. De uma cidade que é capital de um país que vive uma tremenda crise económica, acumulando a maior dívida externa do mundo e só agora começando a sair de um período de tamanha turbulência social e política que chegou a ter cinco Presidentes num mês - e todos eles constitucionais. É uma cidade que eu há muito sonhava conhecer e que só agora tive a sorte de o fazer. Porque é uma sorte e uma lição exemplar conhecer Buenos Aires, a capital argentina.
Buenos Aires é uma cidade que nos reconcilia com a condição urbana, que nos lembra que as cidades podem ser construídas para o serviço dos homens e que nos ensina que a dimensão e a beleza são conciliáveis, a monumentalidade e a escala humana podem conviver juntas, os serviços e o comércio podem-se conjugar de forma perfeita com o prazer e a arte de viver uma cidade. Ao contrário, por exemplo, do Rio de Janeiro, cujo enquadramento paisagístico natural não tem paralelo no mundo, Buenos Aires não dispõe de trunfos naturais: não tem costa marítima, nem um rio digno desse nome, não tem lagoas, nem enseadas nem montanhas, enquadrando-a. Não há um Cristo Redentor a quem dar graças por tanta fortuna. Aqui, tudo é obra dos homens e nada é acrescento divino. É uma cidade feita por homens e para os homens viverem. Por homens visionários e arrojados que ousaram pensar grande, que construíram a mais antiga e ainda hoje a maior e mais bonita ópera de todas as Américas - o Teatro Cólon, decorado com mármores de Carrara e de Estremoz -, que secaram pântanos para plantarem os mais fantásticos jardins públicos, que os semearam de uma profusão de estátuas de pedra e de bronze (tantas que, quando já não havia mais heróis nacionais para representar, foram dedicadas a Mozart ou a Verdi), que deitaram abaixo quarteirões inteiros para rasgarem algumas das mais largas avenidas do mundo (a 9 de Julho é mesmo a mais larga do planeta), que, de um canal vindo do Rio de La Plata - que outrora servia a cabotagem e de que a respectiva administração portuária, ao contrário do que sucede entre nós, abriu mão por completo a favor da cidade -, transformaram numas maravilhosas docas de pequenos edifícios de tijolo vermelho, ao serviço do comércio, dos bares e restaurantes e da marinha de recreio, em pleno coração da cidade.
Dizem os brasileiros, com a sua tradicional rivalidade com os argentinos, que eles são uma espécie de italianos que falam espanhol e gostariam de ser ingleses. Não perceberam como esta ironia presunçosa revela afinal um tributo: Buenos Aires e a Argentina foram construídas com o melhor de Itália, da Espanha, da França e da Inglaterra. Para Buenos Aires, os espanhóis trouxeram a história e a monumentalidade, os italianos o bom gosto e a arte de viver, os franceses a decoração e os ingleses os jardins e a paixão pelos cavalos. Por isso, na cidade convivem harmoniosamente os pequenos bairros populares antigos, território do tango e de uma certa rufiagem cativante, com os quarteirões de arranha-céus, sobrepostos por décadas sucessivas de arquitectura futurista, desde os anos 20 até à actualidade (foi a primeira cidade da América Latina a erguer um arranha-céus, a primeira a escavar um metropolitano, em...1910!). Convivem a zona tradicional de comércio da "Baixa" com a zona de serviços e escritórios, a zona de edifícios públicos em volta da Praça de Mayo e da Casa Rosada com as magníficas zonas residenciais, como Recolletos, com a sua profusão de antiquários, galerias de arte, livrarias (abertas até à meia-noite!) e, em cada esquina, o seu café, que é um verdadeiro café, local de estar, de ver e de conversar, sem fórmicas, nem alumínios nem plásticos, mas sim móveis de madeira antiga, tampos e balcões de mármore, fotografias gastas pelo tempo, homenageando os antigos frequentadores, de Borges a Fangio, de Gardel a Péron (e, de cada vez que pedir uma simples "bica", saiba que ela vem sempre acompanhada por um copo de água com gelo, dois biscoitos e um guardanapo de papel espesso). Por isso também, em homenagem à influência inglesa, Buenos Aires tem ainda, não na periferia, mas em pleno centro, milhares de hectares de relvados e jardins públicos a perder de vista, com três hipódromos, dois estádios de pólo, "country clubs", campos de futebol, de básquete, de ténis, picadeiros e escolas de equitação, percursos pedonais, para cavalos e para ciclistas, jardins infantis e jardins japoneses, jardim zoológico e jardins para passear cães, marinas e até um aeroporto para voos internos em pleno centro. E todas estas zonas - a comercial, a de serviços, as residenciais e as de lazer - não funcionam por territórios estanques, mas sim interligados, integrados uns com os outros, de modo que não há zonas desertas ou abandonadas conforme os horários, antes uma cidade que é habitada, vivida e desfrutada na sua totalidade.
Coitados dos brasileiros e da sua dor de cotovelo: a verdade é que os argentinos estão décadas, se não séculos, à frente dos brasileiros, em termos de civilização, de cultura e de qualidade de vida, mesmo se em plena recessão económica. E coitados de nós, que ainda planeamos as cidades de acordo com os interesses dos construtores civis e as necessidade de receitas das câmaras e que temos uma capital onde o grande problema actual é a localização de um casino que se destina a financiar a recuperação de uns teatros de revista que ninguém irá frequentar, porque há cadáveres irrecuperáveis e ainda bem. Em Buenos Aires, pelo contrário, é quase impossível conseguir um bilhete para a ópera, os teatros estão cheios, as casas de tango estão cheias, os jardins estão cheios e milhares de pessoas acotovelam-se a um domingo à tarde para ver uma mostra de pintura contemporânea.
Porque a irrecusável verdade é esta: cada povo tem as cidades que merece. Os políticos argentinos não são melhores do que os nossos, pelo contrário, são bastante piores. Mas o povo é infinitamente mais culto, mais exigente e mais civilizado. Não esperaram pelo Estado para se educarem, para aprenderem e para saberem fazer e exigir. E, se não podem exigir bons governos e bons políticos, podem e exigem bons cafés, bons serviços, boas lojas, boas livrarias, bons teatros. Em Buenos Aires um motorista de táxi pode-se comportar como um verdadeiro "John, 'chauffeur' russo", saindo para abrir a porta de trás às senhoras, pode esperar uma hora sem se lamentar e de taxímetro desligado (!), pode-nos ir apontando a dedo todas as influências arquitectónicas europeias nos edifícios da cidade, pode dissertar sobre a história, a política ou a economia do país e até falar-nos dos livros de Saramago. Em Buenos Aires, um "barman" pode decidir espontaneamente oferecer-nos uma bebida, só porque simpatizou com o nosso "sentido de humor", um livreiro pode ficar sinceramente abalado, se não encontramos o livro que procurávamos e dispor-se a telefonar para outra livraria para saber se o têm, um empregado de mesa pode-se confundir com um cantor de tango e um cantor de tango com um grande de Espanha arruinado. Povos assim constroem cidades assim. Vastas, largas, onde tudo é humano e, todavia, o horizonte desmedido."

A entrada na blogosfera

Hoje, quando fazia a ronda pelos meus blogs favoritos, deparo-me com a primeira referência ao Turista Acidental.
A Ana Albergaria que mantem um dos meus Blogs de eleição, Crónicas Matinais, fazia referência ao nosso recém-nascido blog, dizendo, no entanto, "...como apaixonada por viagens (mas, confesso, sem nunca ser turista) vou passar a ser cliente".
Além de querer agradecer à Ana as boas-vindas na Blogosfera, gostava de lhe dizer que a filosofia do Turista Acidental é partilhar tudo aquilo que possa ser relevante ao viajante, seja ele turista ou não!
Compreendo que a filosofia de muitos viajantes seja fugir ao circuito, ao banal, ao programado, enfim, a tudo aquilo que define o turista típico. Acho que é essa a filosofia adoptada pela maior parte dos viajantes.
No entanto, o Turista Acidental, irá colocar post para todo o tipo de viajantes, os turistas ou talvez não!
Um beijinho e obrigado.
Filipa Costa
Nota: Por lapso a Ana colocou o meu nome errado!

Cá estão os links!

O meu amigo Jorge Candeias ensinou-me a fazer os links. O mínimo que posso fazer em troca é indicar-vos o seu excelente blog Lâmpada Mágica.

Também podem visitar o seu site e.nigma.

Obrigado e um beijinho, Jorge.

segunda-feira, julho 14, 2003

Aqui e Acolá - "little tips"

Aqui - Funchal

Não há nada como um programa num SPA para retemperar as forças. E se for acompanhado de um clima de namoro, ainda melhor. E se tivermos o Funchal aos pés, então ajudem-nos, porque as probabilidades de querermos voltar tornam-se escassas...
É isso mesmo que o Choupana Hills - Resort & SPA nos oferece.
Este fabuloso hotel tem vários programas no seu SPA, desde o Week-end Inner Balance, o Extrême Confort de 3 dias, até aos programas semanais, Cure Vitalité e Cure Douce. O difí­cil mesmo vai ser escolher.

Para mais informações vá ao site Choupana Hills

Acolá - NY

Se quisermos fugir ao circuito tradicional do "museum mile", a Forbes Foundation abre as suas portas para mostrar uma das mais ricas e valiosas colecções de joias do mundo, a Forbes Fabergé Collection. Este minúsculo museu alberga a mais vasta colecção do mundo de peças da "House of Fabergé".
Fabergé, famoso joalheiro dos Czares da Rússia, ficou famoso pelos seus ovos imperiais, decorados com as mais delicadas pedras preciosas. Fabergé tinha "carta branca" do Czar para criar os seus "Imperial Eggs", na condição que todos fossem únicos e contivessem uma surpresa dentro. As suas peças alcançaram tamanha fama, que eram o presente de eleição a Reis e Homens de Estado.
A Forbes Fabergé Collection reune 12 dos mais famosos "Imperial Eggs" e inúmeras jóias e peças decorativas.
A entrada é grátis, na 5th Ave. com a 13th St.

Nota: peço desculpa por ainda não saber colocar links de sites!

O prazer da programação



Quantas vezes viajamos em casa, no escritório, no carro, em conversa e até em sonhos.
O prazer de viajar vai muito para além da própria viagem. O entusiasmo começa imediatamente quando decidimos que estamos com disposição para fazer uma viagem. A partir desse momento descolamos a cada site visitado, a cada prospecto analisado, a cada mapa estudado.
Ao viajante de hoje é oferecido uma imensidão de informação que faz com que essa arte da preparação tenha ganho requintes antes desconhecidos. Hoje, podemos saber ao pormenor os horários de comboio de um longínquo país, as exposições itenerantes de um museu, a programação detalhada das festas de uma aldeia e isso, sem dúvida, enriqueceu o prazer da nossa preparação.
Esse sonho construído através da preparação faz com que eu ande sempre em viagem.
Há sempre um embrião de viagem dentro de mim, que vai crescendo à  medida que a informação vai chegando. Muitas vezes não chego a partir efectivamente, mas nada, nem ninguém, já pode roubar as muitas sensações, alegrias e conhecimento que fui tendo na preparação dessa viagem.

sexta-feira, julho 11, 2003

A viagem tão esperada

Sempre gostei de viajar.
Por isso resolvi criar um blog onde pudesse partilhar notas de viagens, dicas, experiências vividas (minhas e dos outros), sugestões, promoções e tudo o mais que achar relevante ao TURISTA ACIDENTAL.