Paixão pelo azul
Muitos amigos me perguntaram, Filipa porque é que não pões um post a contar os teus mergulhos, nem que seja só um, que te tenha marcado muito.
E eu penso, mas como é que eu escolheria de entre tantos e tão bons para constar no blog. E ponho-me a viajar no tempo e revivo todos aqueles mergulhos que me marcaram e ... oh meus Deus, foram tantos, como é que vocês me pedem uma tarefa tão difícil, respondo.
Claro que podia falar-vos daquele mergulho no ilhéu das Formigas, quando tive contacto pela primeira vez com a imensidão do azul profundo dos Açores..., mas seria justo escolher esse? É que também podia ser o mergulho de fim de tarde no Mar de Bismarck, na Papua Nova Guiné, quando vi pela primeira vez um tubarão que me deixou tão estática, como fascinada. Mas logo penso, esse não, Filipa, não suplantou os mergulhos do Mar Vermelho, que me silenciaram por tanto tempo, por não conseguir articular as palavras que descreviam tanta beleza.
Mas também não seria despropositado escolher o mergulho nocturno na Jamaica, que me deu a conhecer o mundo submerso à luz de uma simples lanterna e, caramba, como esse mundo nocturno é diferente daquele que vimos de dia. Ou talvez fosse preferível falar das jamantas gigantes de Bora Bora que dançavam em ‘looping’ para filtrar o planctôn.
Mas também penso se deveria contar o mais negro mergulho de todos eles, num fim de tarde na Graciosa que acabou por me atirar para uma câmara de descompressão por mais de 14 horas. Mas esse, Filipa, vai assustar quem ler isto, dizem vocês, com medo que se transmita uma ideia errada e eu, provavelmente não serei capaz de dizer que só cresci como mergulhadora porque vivi esse acidente e que o meu amor pelo mar só cresceu, assim como o meu respeito.
Talvez por isso não vos consiga eleger um mergulho para vos descrever, porque a paixão pelo azul do mar não se descreve. Só se pode viver.
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